quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Técnicos da Embrapa preparam atividades da 4º Dinapec

Para a realização da 4ª Dinapec a Embrapa Gado de Corte, uma das Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA -, conta com a parceria de algumas unidades da Embrapa e de instituições como a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) e da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul ( Agraer).

Na programação constam atividades de dinâmicas de campo, minicursos, atendimento ao público e roteiros tecnológicos que serão desenvolvidos na sede da Embrapa Gado de Corte, onde acontecerá a Dinapec. As palestras que constarão da programação serão realizadas na Acrissul e os temas estão sendo definidos pela coordenação do evento.

Na área de 27 hectares da Dinapec estão sendo preparados campos de demonstração de consórcio de gramíneas com novas leguminosas, como a Mandarim, uma cultivar de feijão Guandu utilizada na alimentação animal; de variedades de capins; sorgo granífero, forrageiro e silageiro; milho; soja; mostra do sistema silvipastoril e agricultura-pecuária,dentre outros.

O coordenador da Dinapec, pesquisador Rodrigo Amorim informa que a exemplo de 2008, os minicursos deverão atrair grande número de participantes e estão sendo estudados novos temas na área de gestão financeira, solos, controle sanitário de bovinos e ovinos e alimentação animal.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Setor de nutrição animal prevê crescimento de 5% em 2009

O setor de alimentação animal aposta na disponibilização de uma linha de crédito pelo governo e na recuperação dos preços pagos ao produtor de grãos para continuar crescendo em 2009. A projeção inicial do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) para o próximo ano é de uma expansão de 5%. Para isso, segundo Ariovaldo Zanni, diretor executivo da entidade, será necessário uma contenção da crise logo no primeiro semestre de 2009. "Para garantirmos esse crescimento precisamos ter uma resposta da demanda até abril ou maio", avalia.

Para alguns segmentos da indústria esta será uma árdua tarefa. De acordo com Paulo Roberto de Carvalho e Silva, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Fosfato na Alimentação Animal (Andifós), as empresas do segmento irão entrar em 2009 com um estoque de passagem recorde, da ordem de 100 mil toneladas. "Hoje esse volume daria para o consumo de dois meses. Tradicionalmente os estoques de passagem são para de 15 a 20 dias", diz.

O elevado volume de estoque é efeito da pressão exercida pelo demanda compradora que, nos primeiros meses do ano, exigiram um aumento de produção de 15% ao mês.

O mercado para o fosfato bicálcico foi um dos mais impactados pela retração da demanda. O volume consumido no segundo semestre deste ano já é 21% inferior ao verificado no mesmo período de 2007. De janeiro a junho, quando o cenário para o setor agrícola era favorável, o consumo havia aumentado 12% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Silva acredita que a desaceleração ainda não afetou a saúde financeira das empresas do setor. Pouco pulverizada, a produção do fosfato bicálcico no Brasil está nas mãos de apenas cinco companhias: Bunge, Mosaic (controlada da Cargill), Copebrás, Connan e a Tortuga, que em outubro adquiriu a PCS.

"Devem acontecer apenas pequenos ajustes como antecipar e esticar a parada para manutenção, mas não há risco de demissões porque estamos pensando em uma produção maior no próximo ano", afirma.

Crédito e endividamento

Mesmo com a aceleração nos preços dos insumos os produtores conseguiram honrar os contratos com as indústrias. Os pecuaristas preferiram reduzir o consumo para manter a liquidez . Segundo Fernando Penteado, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementação Mineral (Asbram), alguns produtores chegaram a diluir o sal mineral ao sal comum para reduzir custos.

Sem grandes problemas de endividamento a preocupação da indústria agora é garantir crédito para o próximo ano. Para isso as lideranças do setor estiveram em Brasília na última semana conversando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil para obtenção de uma linha de crédito no valor de R$ 300 milhões. "O BNDES está estudando uma condição especial para o setor. Precisamos de linhas com juros compatíveis", destacou Mário Sérgio Cutait, presidente do Sindirações. A resposta é esperada antes do Natal.

Balanço de 2008

O fraco desempenho do setor no último trimestre não impediu que a indústria de nutrição animal registrasse um crescimento de 10% no ano, alcançando um faturamento estimado entre US$ 16 bilhões e US$ 17 bilhões. No total, foram produzidas 59 milhões de toneladas de ração e 2 milhões de toneladas de sal mineral.

A principal demanda partiu da avicultura que em 2008 consumiu 50% da produção de ração no país, o equivalente a 30 milhões de toneladas e uma ampliação de 10,4% no mercado para as aves de corte. A suinocultura respondeu pelo consumo de 15 milhões de toneladas, o que representou um crescimento de 7,9%. Com 13,3% o segmento de bovinos registrou a maior expansão do setor, consumindo pouco mais de 7 milhões de toneladas.

O último trimestre, no entanto, dá sinais do impacto da crise financeira e apresenta um recuo de 3%. Para alguns segmentos os efeitos da desaceleração da economia são mais preocupantes. É o caso do sal mineral que teve queda de 23,4% no período.



Disponível em: http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=10&id_noticia=265601
Acsso em: 16 de Dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

NUTRIÇÃO E MANEJO DE BOVINOS DE CORTE NA FASE DE CRIA

A bovinocultura de corte brasileira tem passado por extensas transformações nas últimas décadas devidas à competição com outras fontes de proteína animal, tais como as aves e os suínos, bem como à adequação da cadeia produtiva às exigências do mercado interno e externo e também em função de problemas de ordem sanitária que envolvem nosso rebanho.

Com a mudança de um cenário extrativista e altamente lucrativo, característico do setor até meados dos anos 80, para um cenário competitivo e de rentabilidade baixa vislumbrado até os dias de hoje, tornou-se imperativa para os produtores de carne a busca de tecnologias e alternativas que permitam sua sobrevivência e lucratividade.

O manejo mais eficiente da bovinocultura no Brasil, que está altamente relacionado a tecnologias ligadas à nutrição, reprodução, genética, dentre outras, também tem levado a uma maior eficiência reprodutiva dos bovinos. Pode-se observar que hoje a taxa de natalidade é a maior dos últimos dez anos, em torno de 60%. Estes valores foram calculados levando em consideração o número de bezerros produzidos em cada ano sobre o número de vacas somado ao número de novilhas de dois a três anos (categoria considerada apta à reprodução).

Obviamente, estes valores estão sujeitos aos preços praticados no mercado, já que é característica nacional que em anos de maior valor da arroba ocorre maior abate de fêmeas. A taxa de 60% de natalidade média do rebanho nacional nos permite calcular um intervalo médio de partos de 20 meses. Aliado ao fato de que, naturalmente, entre os produtores é praxe destinar os piores pastos aos animais sem bezerro ao pé, torna-se capital melhorarmos a eficiência de nossa produção para aumentarmos o número de bezerros e, consequentemente a produção de carne brasileira, o que diminuirá o tempo ocioso da matriz no rebanho.

CARACTERIZAÇÃO DA FASE DE CRIA

A fase de cria na bovinocultura de corte corresponde não só aos bezerros e bezerras criados na propriedade, mas também às matrizes (envolvendo vacas em reprodução e novilhas aptas à cobertura) e os reprodutores.

O objetivo maior de quem se dedica à cria de bovinos deve ser o de investir recursos financeiros suficientes para aplicar tecnologias que garantam o desmame de um bezerro pesado e saudável por ano, de cada vaca do rebanho. Tais tecnologias envolvidas compreendem:

a) a escolha dos grupos genéticos (matrizes e reprodutores para monta a campo ou com utilização das biotécnicas reprodutivas) que farão parte do planejamento genético do rebanho;

b) o manejo adequado, principalmente do ponto de vista nutricional e bioclimatológico dos touros, quando em monta no campo;

c) o manejo nutricional das matrizes (ou doadoras e receptoras, quando o caso) na estação de monta e no pré- e pós-parto;

d) o manejo das pastagens e o planejamento alimentar das diferentes categorias envolvidas;

e) a execução dos métodos de aleitamento e formas de desmame;

f) a utilização de métodos de suplementação para os bezerros, tais como o uso do cocho privativo (“creep feeding”) ou pasto privativo (“creep grazing”);

g) o manejo e a escrituração zootécnica de maneira a ter o controle total do sistema produtivo e dos custos envolvidos na produção de modo a administrar os recursos e estimar lucros, bem como realizar a meta-avaliação do processo administrativo.