Com a mudança de um cenário extrativista e altamente lucrativo, característico do setor até meados dos anos 80, para um cenário competitivo e de rentabilidade baixa vislumbrado até os dias de hoje, tornou-se imperativa para os produtores de carne a busca de tecnologias e alternativas que permitam sua sobrevivência e lucratividade.
O manejo mais eficiente da bovinocultura no Brasil, que está altamente relacionado a tecnologias ligadas à nutrição, reprodução, genética, dentre outras, também tem levado a uma maior eficiência reprodutiva dos bovinos. Pode-se observar que hoje a taxa de natalidade é a maior dos últimos dez anos, em torno de 60%. Estes valores foram calculados levando em consideração o número de bezerros produzidos em cada ano sobre o número de vacas somado ao número de novilhas de dois a três anos (categoria considerada apta à reprodução).
Obviamente, estes valores estão sujeitos aos preços praticados no mercado, já que é característica nacional que em anos de maior valor da arroba ocorre maior abate de fêmeas. A taxa de 60% de natalidade média do rebanho nacional nos permite calcular um intervalo médio de partos de 20 meses. Aliado ao fato de que, naturalmente, entre os produtores é praxe destinar os piores pastos aos animais sem bezerro ao pé, torna-se capital melhorarmos a eficiência de nossa produção para aumentarmos o número de bezerros e, consequentemente a produção de carne brasileira, o que diminuirá o tempo ocioso da matriz no rebanho.
CARACTERIZAÇÃO DA FASE DE CRIA
A fase de cria na bovinocultura de corte corresponde não só aos bezerros e bezerras criados na propriedade, mas também às matrizes (envolvendo vacas em reprodução e novilhas aptas à cobertura) e os reprodutores.
O objetivo maior de quem se dedica à cria de bovinos deve ser o de investir recursos financeiros suficientes para aplicar tecnologias que garantam o desmame de um bezerro pesado e saudável por ano, de cada vaca do rebanho. Tais tecnologias envolvidas compreendem:
a) a escolha dos grupos genéticos (matrizes e reprodutores para monta a campo ou com utilização das biotécnicas reprodutivas) que farão parte do planejamento genético do rebanho;
b) o manejo adequado, principalmente do ponto de vista nutricional e bioclimatológico dos touros, quando em monta no campo;
c) o manejo nutricional das matrizes (ou doadoras e receptoras, quando o caso) na estação de monta e no pré- e pós-parto;
d) o manejo das pastagens e o planejamento alimentar das diferentes categorias envolvidas;
e) a execução dos métodos de aleitamento e formas de desmame;
f) a utilização de métodos de suplementação para os bezerros, tais como o uso do cocho privativo (“creep feeding”) ou pasto privativo (“creep grazing”);
g) o manejo e a escrituração zootécnica de maneira a ter o controle total do sistema produtivo e dos custos envolvidos na produção de modo a administrar os recursos e estimar lucros, bem como realizar a meta-avaliação do processo administrativo.
2 comentários:
Seria importante citar o trabalho que foi retirado o texto, já que foi retirado praticamente na íntegra.
O autor.
Rev.Bas.Saúde Prod. An., v.7, n.1, p. 57-86, 2006
ISSN 1519 9940
Pra quem tiver interesse em ler o material originário da publicação esta é a referência
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