quinta-feira, 23 de abril de 2009

Relatório Visita Técnica

No dia 19 de Março de 2009, o Grupo de Estudos em Pecuária de Corte (GEPEC) realizou uma visita técnica na Fazenda Salitre, município de Francisco Dumont, a aproximadamente 113 km de Montes Claros.
A Fazenda Salitre trabalha com pecuária de corte, na área de recria e engorda, para isso os encarregados pela fazenda enfatizam um bom manejo dos pastos para a fase de recria e engorda, e trabalham com confinamento para terminação desses animais.
A propriedade possui uma área total de 2.200 ha, sendo que a maior parte é destinada para o pastejo dos animais, e as forrageiras mais encontradas são: Bengo (Brachiaria mutica), Braquiária (Brachiaria spp.), Braquiarão (Brachiaria brizantha), Colonião (Panicum maximum, cv Colonião) e Tanzânia (Panicum maximum, cv. Tanzânia).
Reservam-se 65 ha para plantio de sorgo que será ensilado para alimentação do gado no período do confinamento. A área de plantio é tratada com adubação e em algumas áreas o solo foi recuperado. Contudo, a plantação está desuniforme, pois uma parte da cultura está em uma área de solo mais pobre. E devido à insuficiência de chuva, o sorgo não teve bom desenvolvimento. Em vários locais, por causa do mau manejo, o sorgo ultrapassou o ponto de corte, assim reduzindo seu valor nutricional. O fato de a cultura ter ultrapassado o ponto de corte acarretou também no acamamento de 15 ha da área. O sorgo desta área está sendo cortado manualmente, o que é mais trabalhoso e conseqüentemente menos lucrativo, pois o gasto com a mão-de-obra é muito maior.
A conservação da cultura de sorgo é feita através do método de ensilagem. Cada silo é confeccionado nas seguintes dimensões: 100 x 5,5m. O silo é superficial e cada um tem capacidade para 25 t. A compactação do sorgo para ensilagem é feita com trator de esteira, isso é um ponto positivo, pois a compactação e um dos fatores mais importantes para que a ensilagem possa ser feita com sucesso.
Os animais adquiridos vêm de outras propriedades, apesar deles possuírem fazendas de cria. No período de terminação, os animais geralmente vão para o confinamento em julho para serem vendidos em outubro. Antes de irem separam-se lotes de 60 animais, que ficam semi-confinados, para adaptação. Cada lote permanece com os mesmos animais quando encaminhados para o confinamento. Entre 800 a 1000 animais ficam confinados durante aproximadamente 60 dias.
Para os animais confinados, são fornecidos principalmente silagem de sorgo com cana-de-açúcar, e um concentrado composto por caroço de algodão, milho e soja. No confinamento os animais consomem uma média de 5 kg/animal de concentrado e cerca de 25 kg/animal de sorgo com cana. A ração é distribuída 4 vezes por dia sendo a primeira às 7 h, a segunda às 11 h, a terceira às 15h e a quarta às 18 h. Os animas entram para o confinamento pesando cerca de 13@ e saem para o abate com aproximadamente 16@, o ganho de peso esperado no confinamento é de 1,8kg/dia. Nos animais mantidos a pasto têm-se uma lotação média de 1UA/ha/ano. Há registro de ganho de peso de 1,5kg/dia a pasto.
A visita técnica feita pelo GEPEC à fazenda Salitre foi de grande estima, pois, mais uma vez os integrantes do grupo puderam perceber a importância de alguns aspectos no manejo de animais de corte, como por exemplo, a falta de cuidados que os encarregados tiveram quanto ao cultivo do sorgo, que acarretou no encarecimento final deste alimento, e consequentemente trará menos lucro no preço final da carne. Por outro lado, percebe-se também o valor de um bom manejo das pastagens, pois a pasto a relação custo da alimentação com arroba produzida é mais vantajosa. É percebendo esses aspectos positivos e negativos que o grupo trabalha para o aprendizado.

Autores: Cláudio Couto Hollerbach
Raíssa Antunes Martins
Acadêmicos 5º Zootecnia
Instituto de Ciências Agrárias - ICA
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Um comentário:

Anônimo disse...

o que raíssa faz e bem feito !!
palavras de quem e doido pra fazer